Porque você faria algo que usará por alguns minutos de um material que basicamente vai durar pra sempre? - Jeb Berrier, Bag It.

domingo, 14 de julho de 2013

Dia 14: Churrasco e os animais

Plásticos descartáveis utilizados: 6
Sacolas plásticas recusadas: 11

Hoje comprei uma costelinha de porco no super, devidamente embalada naquele filme plástico bem descartável. Justamente depois de ter uma conversa com amigos no Facebook sobre a insustentabilidade de alguns hábitos. Depois pensei no meu aniversário, semana que vem, e no churrasquinho programado. Sabe aquela pulga do primeiro post do blog? A picada anda coçando bastante. Tá virando ferida.



Acho que a maioria dos leitores me conhece bem. Sabem que eu gosto muito de churrasco. O problema é que ando perturbado pela maneira como o produzimos as costelas e as picanhas. Certa vez, quando ainda era bem jovem, fui com um primo a uma fazenda. O objetivo era matar e carnear um porco. O peão da fazenda já tinha tudo preparado. Até uma fogueira estava acessa, com um tacho de arado esquentando pra receber o torresmo. Foi difícil agarrar o porco e, quando conseguiram, o animal urrava e cagava. Acho que qualquer animal sabe o que vai acontecer em momentos como esse. Não vi a cena do peão apunhalando o porco. Quando vi, o torresmo já estava pronto e eu estava comendo.

Aquela foi a minha única experiência real com a base do sistema de produção de alimentos. Nunca mais esqueci, mas é como um trauma que a gente quer esquecer, negar. Anos depois, já adulto, lembro de dirigir em uma estrada atrás de um caminhão que transportava porcos. O cheiro não era agradável e eu queria ultrapassar logo o caminhão. Quando consegui, notei que um deles já estava morto. mesmo assim, não deixei de comer carne. Aliás, já comi muito porco depois dessas duas experiências.

Mas é outra experiência, essa de tentar diminuir o consumo de plásticos descartáveis, que realmente me sensibiliza. A reflexão sobre o meu consumo diário de plástico acaba refletindo no meu consumo geral. Sempre que penso em comprar alguma coisa, penso, sem querer, se realmente preciso consumi-la. A conclusão, na grande maioria das vezes, é de que quase tudo é desnecessário. Talvez seja a culpa por ter comprado a costelinha embrulhada em plástico hoje, mas o fim de semana terminou meio melancólico.

O leitor não acha estranho que eu fale de tartarugas e baleias, mas mate frangos, porcos e vacas quase todos os dias?

3 comentários:

  1. O efeito do plastiqui-free em mim foi bem similar. hoje em dia leio a lista de ingredientes de tudo que compro e reflito em que o que meu dinheiro esta sendo investido quando compro algo. virei vegetariana por um tempo mas fiquei mais lesada do que geralmente sou. falta de ferro acredito. agora como carne uma vez por semana e tento comprar as de animais que foram criados ao ar livre, comendo pasto. coca-cola por exemplo, nunca mais. e foi algo que aconteceu sem querer... soh pela reflexao do que estou comendo/investindo.

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  2. Magaiver, acho válida a idéia de diminuir o consumo de carne. Veja bem, eu disse diminuir. O dia que você falar que não vai mais comer carne, nem aquela costela 12h feita no fogo de chão... Não sei se a amizade sobrevive! hehehehehe Boa sorte ai na luta contra o plástico descartável. To tentando fazer a minha parte também, mas a luta é árdua!

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  3. E a demanda por carne aumentando a cada dia. Boa hora para uma boa reflexao...

    http://www.esquerda.net/artigo/ind%C3%BAstria-porca/23106

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